Uma nova manifestação em Manaus começou no fim da tarde desta quarta-feira (26). O ato teve início pacífico, apesar de alguns incidentes por volta das 20h. As pessoas se concentraram em pontos variados da cidade e começaram a chegar por volta das 19h20 a frente da Assembleia Legislativa do Amazonas(ALE-AM). Lá colaram cartazes nas grades que cercam a casa, gritaram palavras de ordem contra políticos e a corrupção no Amazonas.
Por volta de 21h15 os últimos manifestantes se retiraram de frente da ALE e o trânsito na Avenida Recife foi liberado pela polícia e pelos agentes do Manaustrans.
A marcha
Até o começo da noite os organizadores estimavam que cerca de 30 mil pessoas já participavam do ato. Por volta das 20h garrafas de vidro começaram a ser lançadas contra um carro de som e o prédio da ALE-AM. Dois catolés foram explodidos e o clima ficou tenso. A organização do manifesto pediu para manifestantes encerrarem o ato para evitar violência. Cerca de 200 policiais faziam a segurança da casa legislativa. Manifestantes chegaram a por fogo em entulhos em frente a ALE-AM.
Duas vias de uma das principais avenidas de Manaus, a Avenida Djalma Batista foram interditadas e tomadas por manifestantes.
Muitas bandeiras pedidindo a votação imediata de diversas PEC’s como as de número 33 280 e 125, e contrárias ao projeto defendido pelo deputado Marco Feliciano, conhecido como ‘cura gay’, foram usadas pelos participantes, liderados pelo 'Movimento Independente - Manaus na mudança do Brasil'.
Até mesmo grupos com propostas diferentes como a favor e contra a legalização da maconha marcharam juntos e em harmonia.
“Acredito que este protesto está mais político e com menos cara de ‘micareta’ como o da semana passada. Quero crer que as pessoas voltarão para casa e procurarão saber o que são essas PEC’s, o que é o passe livre no transporte coletivo e que isso suscite uma reflexão. As manifestações são importantes por causa disso”, disse Aurivan Gomes, manifestante à favor do passe livre estudantil no transporte coletivo.
Apesar de algumas alterações pontuais em frente a ALE, policiais militares que faziam a segurança do prédio apenas observavam a manifestação.
Assuntos
Os temas reivindicados durante o protesto, em sua maioria, eram: melhorias na saúde pública, na educação, o aumento salarial dos professores, fim da imunidade parlamentar, corte em privilégios da classe política transporte público e a redução na tarifa, a não aprovação da PEC 33 e contra a impunidade dos políticos envolvidos no ‘Mensalão’, fim da ‘cura gay’.
Os profissionais da área da saúde como médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas fizeram um único bloco reunindo sindicatos e associações destas categorias exigindo do poder municipal estadual e federal melhorias na condição de trabalho e melhores salários.
Coletivos
Poucos minutos antes do início da manifestação, o prefeito Arthur Neto e o governador Omar Aziz anunciaram a redução da tarifa para R$2,75. O valor é o mesmo usado antes do reajuste que fixou a tarifa dos coletivos em R$3.
Confira imagens da manifestação no link.